sexta-feira, 2 de novembro de 2007

DOUTOR CÃO

Doutores cães

por Mariana Bricio



Que o cão é o melhor amigo do homem, todo mundo sabe. Além de proteger, dar segurança e tornar a vida de seus donos mais alegres, eles também ajudam na recuperação de crianças e adultos internados em hospitais e contribuem muito na melhora desses pacientes.

"Esses animais não precisam ter aptidões especiais. O temperamento é o fator que determina se um cão pode ou não realizar essa função", explica o Dr. Dennis Fetko, PHD em Psicologia comportamental, e treinador de animais há 35 anos.

No Children's Hospital Health Center, em San Diego, nos Estados Unidos, Dr. Fetko realiza esse trabalho há mais de 10 anos. Com uma equipe de 500 cães, o especialista assegura que qualquer cão, sem distinção de raça, pode participar do programa. O importante é o fator de integração do cachorro com o doente e a capacidade dos animais de reagir a fatores inesperados.

No treinamento, Dr. Fetko prepara os animais para emergências como incêndios e para situações rotineiras como uma cadeira de rodas ou muleta que esbarra na pata do cachorro. A reação do cão é testada de todas as formas, a cada seis meses, pois o animal não pode mostrar nenhum sinal de agressividade. Caso isso aconteça, ele é retirado do programa. Somente um cão trabalha por dia na visita ao hospital. A habilidade do especialista está em detectar algum sinal de estresse no cão antes que esse apareça concretamente.

Os cães que executam essa função terapêutica têm a noção exata da alegria que proporcionam as crianças e muitos demonstram tristeza quando não são escalados para o trabalho. Um dos cachorros preferidos do Dr. Fetko era um Rottweiler que fez parte durante anos da equipe de cães da polícia americana. "O cão tinha sido preparado para situações perigosas, mas depois que foi ajudar as crianças era um dos mais dóceis que eu já conheci. Um vez, estávamos em uma visita e enquanto eu conversava com um garotinho doente, comecei a ouvir barulho de batidas, quando me virei, vi o irmão desse menino batendo na cabeça do cão. O animal estava imóvel esperando o meu comando para ter qualquer reação, conta o adestrador.

Muitas pessoas têm preconceito em relação a terapia feita com cães em hospitais. Com a caderneta de vacinas em dia e uma saúde perfeita, o cão não tem como transmitir nenhum tipo de doença as pessoas que visitam. Para diminuir o problema, Dr. Fetko adestra cães dos funcionários do hospital, criando uma atmosfera de cooperação maior entre os bichos e a equipe médica.

O tratamento com cães não melhora somente o estado psicológico do doente. Em crianças com doenças crônicas, como o câncer, a melhora pode não ser visível, mas é comprovada pelos médicos no aumento do bem estar do paciente e na redução do uso de medicamentos. Em pacientes que sofreram algum trauma físico, o estímulo está em querer se mexer mais rápido para afagar o animal, tornando a recuperação mais rápida. E para o cão, não há recompensa maior do que ser acarinhado com intensidade.

Vida de cão...
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