sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Crescimento e Desenvolvimento dos Cães

Os cãezinhos vêm ao mundo num estado muito dependente de cuidados. Este fato é reconhecido devido aos olhos e ouvidos fechados, e estes dois sinais visíveis refletem, na realidade, um sistema nervoso ainda não completamente desenvolvido.

O cãozinho nasce com pouco movimento espontâneo e deve ser estimulado pelas lambidas da cadela para começar a respirar. Lambendo a região do períneo, a mãe provoca no filhote a micção e a defecação. Por causa da sua incapacidade de manter o calor do corpo, precisa ficar perto da cadela e dos outros filhotes, sendo muito importante o reflexo de esquadrinhamento (leva o cãozinho a se orientar na direção de algum objeto quente próximo à sua cabeça), que começa a desaparecer aos quatro dias.

Entre os 6 e 10 dias de idade, os membros anteriores já podem sustentar o peso do animal. A sustentação do membro pélvico é prevista entre 11 e 15 dias em cãezinhos normais, não excessivamente gordos. Poucos dias depois de poder sustentar o próprio peso, o cãozinho começa a caminhar pelo local. A micção e defecação reflexas, em atividade até o 28º dia, asseguram que a cadela estará presente para remover os dejetos do filhote, mantendo assim o local relativamente livre de odores que possam atrair predadores. Por volta dos 18 dias de idade, os cãezinhos começarão a eliminar os dejetos num cantinho próximo e por volta dos 21 dias começarão a usar uma área de defecação grupal.

A capacidade de regular a temperatura corpórea melhora gradativamente. Primeiramente dormem em uma pilha casual. Depois de duas semanas, dormem de modo mais paralelo, por volta das cinco semanas em pequenos grupos, e sozinhos uma semana depois.

As respostas visuais e auditivas continuam a se desenvolver após o nascimento. Os olhos e os ouvidos se abrem entre 10 e 14 dias. A percepção visual ainda deve ser desenvolvida com o tempo e provavelmente não estará completa até vários meses de idade.

Os reflexos protetores, como o piscar devido à claridade, e os reflexos palpebrais em geral, já existem antes da abertura dos olhos, provavelmente para garantir proteção tão logo seja necessário. O reflexo de susto em resposta ao som aparece, em média, aos 19 dias de idade. Por volta dos 25 dias, tem-se uma orientação positiva para estímulos visuais e auditivos e o reconhecimento específico de estímulos familiares se dá logo em seguida.

DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO
O desenvolvimento do comportamento em cãezinhos frequentemente é dividido em quatro grandes períodos, sendo o terceiro
altamente significativo.
1- Período neonatal
Dura as duas primeiras semanas de vida e consiste basicamente em turnos de amamentação intercalados com turnos de sono.

2- Período transicional
Restringe-se ao período entre 14 e 21 dias de idade, e a resposta à dor passa a ser mais reconhecida.

3- Período de socialização
É um período de máxima importância na vida de um cão. Isto é válido em relação à prevenção de problemas que possam tornar-se evidentes à medida que o cão vai ficando mais velho. Começa aos 21 dias e estende-se até aproximadamente 12 semanas.
Nesta fase, eles começam a demonstrar seus comportamentos e personalidades. Esta é uma ocasião apropriada para iniciar a transição do aleitamento para alimentos caninos regulares, sendo recomendado oferecer alimentos secos umedecidos e/ou alimentos enlatados durante a transição. Com 3 a 5 semanas de idade, os filhotes estão interagindo alegremente. Neste período eles descobrem a pressão da mandíbula, e por volta das quatro semanas, já carregam coisas na boca, guardando seus pertences e brincando de cabo de guerra com pernas de calças, fios telefônicos, etc. Mostram também o início de atividades grupais coordenadas. Se um cãozinho vê alguma coisa e vai investigar, todos os outros o seguirão.
Com seis semanas, têm início várias atitudes específicas do cão adulto, e as brincadeiras se expandem, incluindo o ato de montar e movimentos pélvicos semelhantes aos comumente associados ao comportamento sexual. Por volta das sete semanas, pode haver ataques coordenados aos filhotes mais fracos, e os cãezinhos que permanecem juntos tendem a lutar entre si.
O período de socialização ocorre quando um indivíduo aprende a reconhecer várias espécies de animais como algo a ser aceito, portanto, se for para o cãozinho se relacionar mais tarde com outros cães, gatos, cavalos ou pessoas, ele deve conhecer membros de qualquer uma destas espécies ou outras antes de 12 semanas de idade.
O pico deste período ocorre durante a quinta até a sétima semana de um cãozinho, onde ele se aproxima ativamente de outros seres. Esta é a época mais fácil para socializar um filhote, pois ele procura contatos sociais. Mesmo experiências negativas, como o gato da casa arranhando o novo cãozinho parece não fazer diferença. Além disso, nesta fase, os cãezinhos são capazes de aprender lições específicas de modo consistente, constituindo uma boa oportunidade para atuar no treinamento doméstico. Como não há lições anteriores, o aprendizado se dá de modo bem mais fácil e as lições parecem ficar bem gravadas. Por outro lado, as experiências negativas também podem dessocializar o animal.

4- Período Juvenil
Aqui eles entram na fase mais ativa de exploração do ambiente. É necessário que o treinamento doméstico continue nesta fase a fim de evitar que as lições sejam esquecidas. Vale lembrar que uma experiência ruim também pode ser traumática.

É muito importante acompanhar o desenvolvimento de um cãozinho, estar atento à mudanças de comportamento e levá-lo ao veterinário periodicamente e/ou sempre que perceber que algo está errado.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Segmento Pet Faturamento Anual De $1,5 Bilhão De Dólares

Animais de estimação: lucros estimados
(Por Roger Moko Yabiku)

No Brasil, porém, as estimativas são menores. Alguns cálculos apontam para um faturamento anual de US$ 1,5 bilhão. Mas, na verdade, informações divergentes criam um verdadeiro enigma quanto ao real faturamento do setor.

O ser humano encontra remédio contra a solidão não só na companhia de outros de sua espécie. Mesmo sem códigos de comunicação verbal inteligíveis ao Homo sapiens sapiens, exceto as manifestações de afeto, os animais de estimação (ou pets) conquistam lugar na sociedade de consumo de massas só pelo fato de necessitarem e exigirem cuidados especiais.

No mundo globalizado, o mercado dos bichos de companhia também é sinônimo de lucros, representando uma movimentação de até então estimados US$ 18 bilhões por ano. E o segmento pode oferecer inúmeras opções, tanto em cuidados veterinários quanto em alimentação, produtos estéticos, roupas, educação, transporte, hospedagem e, até mesmo, serviços funerários.

No entanto, os números mundiais podem ser bem maiores. Pois somente os norte-americanos, segundo estudo da Business Communications Company, Inc. (BCC), gastaram US$ 22,7 bilhões com seus pequenos amigos, em 1996. A previsão para 2001 é que a quantia atinja US$ 28,5 bilhões, representando uma taxa anual de crescimento de 3,9%. Nesse montante, as rações ficariam com 47% e os serviços veterinários com 26%.

Conforme estimativa, os pets brasileiros - no ano passado - foram motivo do giro de US$ 1,5 bilhão, praticamente três vezes mais que em 1993, segundo reportagem publicada pela revista Veja. Essa diferença nas cifras, entre Brasil e Estados Unidos, é ainda mais gritante quando analisada de perto. Apenas na cidade de Nova York (EUA) há pelo menos 100 mil pessoas que gastam cerca de US$ 1 mil com seus protegidos anualmente. No Brasil esse número é bem mais modesto. Segundo a mesma matéria da Veja, os brasileiros desembolsam, em média, US$ 62,00 por ano com seus bichos de estimação.

Mas os valores podem ser bem maiores. Para se ter uma idéia do potencial do mercado pet no País, só no setor de rações o faturamento é de US$ 300 milhões por ano. Conforme dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), o segmento pet representa apenas 2% do bolo total da produção de rações (28,7 milhões de toneladas), apesar de seu crescimento de 31% em 1997. Foram produzidas 420 mil toneladas de rações para pets, em 1996, e 550 mil toneladas no ano passado.

Em 1998, o sindicato, que congrega 200 fabricantes de rações do Brasil, prevê que a oferta total suba para 640 mil toneladas.

O mercado de alimentação pet pode ser mais bem trabalhado. De acordo com estimativa do Sindirações há 20 milhões de cães e gatos no País (alguns levantamentos apontam para 24 milhões), sendo que apenas 20% são alimentados com rações industrializadas.

O vice-presidente do sindicato, Stephen Wei, diz que a indústria de rações pet tende a estabilizar seu nível de produção. Antes, o crescimento era de 15% ao ano. A previsão para este ano é de 5 a 6%. O desenvolvimento do setor vai depender também do progresso da renda per capita do brasileiro. "O incremento da indústria de rações para animais de estimação é a longo prazo", analisa.

PRÊMIO ANFAR

Dentro de todo o mercado pet as rações representam de 70 a 80% do total de produtos. O Sindirações também aposta nas campanhas de publicidade para conscientizar o brasileiro a dar ração balanceada ao seu animal, em vez de restos de comida. O presidente acredita que o mercado nos países desenvolvidos será menor que no terceiro mundo, cuja possibilidade de aumento será gradativa. O setor de rações, que cresceu muito nos últimos cinco anos, sofre com as alterações de mercado, assim como as outras indústrias. "Como falta dinheiro para o povão, o consumo de rações é menor."

Wei, que também é proprietário da Braswey - fabricante das rações Anhangüera -, afirma que os produtos nacionais devem ser cada vez mais qualificados para poderem competir com as multinacionais. "A indústria nacional tem de investir bastante, apostar nas inovações tecnológicas e procurar novas fontes de matéria-prima. Nessa área pet, ainda temos muito espaço para crescer."

A ração pet é mais cara que outros alimentos destinados a animais porque é semicozida. O processo é feito por uma máquina extrusora, de porte médio, que pode produzir cerca de duas mil toneladas por mês. Apenas com equipamento e adequação das instalações Wei calcula que são necessários investimentos de pelo menos R$ 600 mil.

O secretário-executivo do Sindirações, João Prior, afirma: "Com o perdão da palavra, este é um mercado para empresas de porte." Uma pequena empresa não tem condições de elaborar uma ração com a mesma qualidade. "Com o processo de globalização, se não tivermos qualidade competitiva, vamos perder para os europeus e norte-americanos." Então, os brasileiros podem ficar tranqüilos, pois não há perigo de haver uma invasão estrangeira no setor. No ano passado, por exemplo, a novidade importada era as rações da linha premium.

Hoje, as empresas nacionais já têm suas linhas premium. Para este ano, o setor aposta na vaidade dos animais e seus donos. A fim de evitar quilinhos extras, a moda é o diet, isso também na pet food.

Prior conta que as atividades da Associação Nacional dos Fabricantes de Ração (Anfar) têm contribuído muito ao elaborar campanhas de incentivo ao consumo de ração balanceada. Uma das ferramentas é o Prêmio Anfar de Incentivo ao Estudante de Veterinária.

A intenção é incentivar a pesquisa sobre doenças relacionadas à alimentação inadequada, por parte de estudantes de veterinária. "O prêmio é voltado em especial para os estudantes do quinto ano, que vão ser os donos de clínicas de pequenos animais e pet shops, os formadores de opinião dos proprietários", enfatiza Prior. "E isso tem dado resultado."

PESQUISAS DE MERCADO

Segundo levantamento da AC Nielsen do Brasil, empresa especializada em pesquisa e análise de mercado, só nos primeiros cinco meses de 1997 foram investidos US$ 9,1 milhões em publicidade pelos fabricantes de ração pet. Dessa quantia, 95% foram destinados à televisão. Os números quase batem com os de 1995 inteiro, cujos gastos nessa área foram de US$ 9,5 milhões. Porém, houve um salto em 1996, quando foram destinados US$ 12,2 milhões em divulgação de alimentos pet.

Os supermercados são responsáveis por 40% das vendas de ração para cães e 39% dos alimentos de gatos, aponta a AC Nielsen. Pequenos estabelecimentos, como as lojas self-service, ficam com 19%, nos dois tipos de ração. O alimento para cães é mais consumida no interior de São Paulo (21%) e na região Sul (20%), em comparação com outras áreas do País. Nessas áreas o consumo de alimentos para gatos é, respectivamente, de 24 e 28%.

Minas Gerais, Espírito Santo e interior do rio de Janeiro constituem um mercado que ganha importância no setor. Abocanham 20%, em rações de cães, e 7%, na de gatos. No Nordeste (4% em rações para cães e 6%, para gatos) e no Centro-oeste (4 e 2%, respectivamente) ainda é pouca a procura.

Também no relatório da Nielsen, com dados de abril a maio de 1997, consta que o maior fabricante na área é a Éffem, líder nas duas categorias, com cerca de 60% do mercado para rações felinas e 45% em alimentos caninos. Em seguida, vem a Purina (26% para gatos e 21% para cães), Mogiana (7 e 10%) e Cargill (5% em ambas). A concorrência esquentou ainda mais devido à recente entrada da Nestlé no mercado, com a marca Friskies.

Só em marketing a Nestlé investiu ano passado R$ 10 milhões, mais R$ 20 milhões para a construção de uma fábrica no Estado de São Paulo, segundo a gerente de produtos da marca, Sônia Háfez. No início, a ração vai ser importada dos Estados Unidos. A companhia comprou uma fábrica no Rio Grande do Sul, para também utilizar na empreitada, e espera abocanhar pelo menos 25% do mercado, em três anos.

No setor de defensivos animais em geral, o faturamento mundial em 1997 foi de US$ 17,8 bilhões, conforme a companhia inglesa Vivash-Jones International. O estudo aponta um crescimento de 2,2% sobre os US$ 17,4 bilhões do ano anterior. Nesse contexto, o Brasil está em terceiro lugar, com US$ 850 milhões, ficando atrás dos EUA (US$ 3,3 bilhões) e do Japão (US$ 950 milhões). Em quarto lugar vem a França, com US$ 700 milhões, seguida da Alemanha, com US$ 550 milhões. Mas com relação aos pets, ainda não foram divulgados números ou estimativas oficiais.

PET SHOPS

Em busca de produtos e serviços mais específicos, os donos de animais podem recorrer a um pet shop. São oito mil no Brasil, cinco mil deles só no Estado de São Paulo. Apesar dos números, o empresário Francisco Venturi Régis, do Pet Shop Alvorada, salienta que somente os estabelecimentos mais qualificados e profissionais vão permanecer. O faturamento bruto estimado de um pet shop fica entre R$ 10 mil e R$ 120 mil, ao mês, dependendo do tamanho e localização. "A maior parte tem um faturamento médio de R$ 20 mil", avalia.

Seguindo esse raciocínio, o total de pet shops no Brasil chega a arrecadar R$ 160 milhões mensais (R$ 1,92 bilhões ao ano), em média. Calculando por baixo, faturariam R$ 80 milhões por mês (R$ 960 milhões por ano). Como se vê, não há realmente números muito confiáveis, obrigando o setor a fazer um verdadeiro exercício de numerologia.

As rações devem representar 30% do total de produtos vendidos em um pet shop bem administrado, informa Venturi. Os serviços (veterinário, banho, tosa, hospedagem e transporte) empatam nas porcentagens, enquanto os acessórios, complementos alimentares e medicamentos ficam com 40%. Mesmo com números expressivos a rentabilidade das rações para uma pet shop é muito pouca. "Elas podem ser vendidas em qualquer supermercado." Portanto há possibilidade de as mais específicas serem comercializadas pelos pet shops, que possuem estrutura e informações adequadas.

Quem quiser uma franquia da rede Alvorada deve dispor ao menos de 120 metros quadrados construídos. Os estabelecimentos, com até 50 metros quadrados, ficam com o segmento Express, mais utilizados para prestação de serviços, como estrutura de apoio ou em bairros. A loja laboratório em Moema, inicialmente com 125 metros quadrados, atendia 410 pequenos animais ao mês, para banho e tosa. Em um ano ficou pequena. Atualmente, possui 220 metros quadrados com capacidade para atender 800 animais.

O retorno financeiro de um pet shop demora de 1,5 a dois anos para acontecer. Mesmo com o incremento do setor na área de acessórios, as vendas de animais têm sido muito boas, comenta o empresário. "Os mais procurados ainda são os cães. Mas vendas de outros tipos menos comuns, como chinchilas, hamsters, esquilos da Mongólia e furões também estão aquecidas. Por sua vez, o comércio de aves de estimação sempre foi muito bom e continua crescendo." Os pet shops vêm com tamanha potência que em dois anos devem organizar-se numa associação, revela Régis.

Na linha de acessórios para cães, o empresário Valter Gomes Silva diz que o máximo de crescimento deve ficar em torno de 5%, baseando-se no comportamento de sua firma, a Indústria de Artigos de Couro São Benedito. São cerca de 800 itens, fabricados ou revendidos, pela empresa de 30 anos de tradição, em nível nacional. Apesar do susto da crise econômica na Ásia, que gerou o pacote fiscal no final de 1997, a indústria não chegou a operar no vermelho. "Mas não deu para fazer muita coisa ano passado", salienta, sem revelar números.

Há quatro anos Silva vem construindo uma nova fábrica, em Arujá (SP), para onde deve mudar-se completamente até o final de maio. Ela dispõe de sete mil metros quadrados de área construída. Quando for inaugurada, a capacidade de produção deve dobrar, aumentando o quadro de funcionários para 100 pessoas. A antiga unidade tem 1,8 mil metros quadrados, em Vila Formosa, na capital paulista, e conta com 70 trabalhadores. "A nossa produção tem que dobrar", sentencia Silva. Para tal, adquiriu equipamentos importados para também incrementar a qualidade dos produtos.

SERVIÇOS

Do seu lado, o setor de serviços pet não está parado. Há espaço até mesmo para quem trabalha como motorista de pequenos animais. É o caso de João Carlos Chiles, proprietário do Taxi Animal, um serviço de transporte pet. Chiles aventurou-se no ramo um ano atrás, utilizando um veículo Towner, da marca Asia. Os animais não ficam circulando pelo furgão, ficam bem comportados dentro de cestas específicas. Seus passeios compreendem uma simples ida ao banho e tosa até a locomoção a uma cirurgia no Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo.

Para atender ao chamado, Chiles cobra uma taxa de R$ 15,00. Mas ele é camarada e colabora nos preços. Se o local for muito longe, o quilômetro rodado custa R$ 1,00. Sendo perto, a distância fica por R$ 1,50. Nas viagens para o interior combina antes o valor com o cliente. O animal transportado deve, de preferência, estar junto ao dono.

Só em fevereiro deste ano, Chiles fez 55 transportes. Fechou o mês com R$ 1.650,00. "Mas esse tipo de serviço precisa ser mais divulgado", prega. Nos Estados Unidos o negócio chegou a um ponto considerado por muitos como extremo. Já existe um serviço de limusine para pets, com direito a assentos especiais e, por US$ 20,00 extra, oferece-se inclusive uma exibição privê de vídeos específicos para a bicharada.

Os proprietários mais cuidadosos têm à sua disposição planos veterinários de saúde. Um deles é o Vet Saúde. Implantada há quatro anos em São Paulo, oferece facilidades no pagamento e bastante mobilidade nos serviços. Para se ter uma idéia, pode compreender de um simples banho e tosa a uma cirurgia complicada. Já chega a 600 o número de associados, gerando uma renda média de R$ 15 mil ao mês (R$ 180 mil por ano), conforme a sócia-proprietária Thaís Helena Felisbino.

Também nesse caso o pacote fiscal trouxe 6% de inadimplência só em novembro, afugentando alguns clientes, pois em caso de não-pagamento da mensalidade no prazo de 45 dias o contrato é automaticamente cancelado.

Dos animais atendidos, 67% são cães de pequeno porte; 11%, gatos; e 22%, cães grandes e gigantes. No plano Vet Saúde estão credenciados nove laboratórios, 79 lojas especializadas e 183 clínicas, na Grande São Paulo e parte do litoral. A mensalidade do plano integral para um cão pequeno sai por R$ 40,00 mensais. Por R$ 8,00 a mais, o cliente tem direito ao plano VIP, que inclui exames complementares. O plano especial tem as vantagens do integral, mais o tíquete beleza (para trocar por serviços estéticos em um pet shop credenciado). "Pretendemos dobrar o quadro de associados em 1998", aposta.

CONTRA A SOLIDÃO

O presidente da Sociedade de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro, Jorge Pinto Lima, acredita na franca expansão do mercado pet. Para ele, os pequenos animais suprem a carência de companhia das pessoas que vivem ilhadas em si mesmas nos centros urbanos. Na "Cidade Maravilhosa", fala, o veto da entrada de bichos em apartamentos, pelos síndicos, é "letra morta". "Não adianta mais proibir, nem nada. É um desejo do povo", defende.

Com o envelhecimento da população humana há muita gente solitária, especialmente acima da faixa etária de 60 anos. "Em Copacabana, local onde há maior concentração de idosos, todos têm um animal ou mais."

A proliferação de clínicas de pequenos animais e a especialização de veterinários, de acordo com Pinto Lima, têm relação com os maiores cuidados inspirados pelos pets, assistidos como se fossem uma criança. "Proporcionou e está proporcionando maiores alternativas no mercado de trabalho para os veterinários." Mesmo quem não tem tanto poder aquisitivo pode recorrer, como em casos humanos, a uma clínica pública. "No Rio, temos o Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaistman, da prefeitura, que atende mediante uma módica quantia."

Mas quem deveria acabar com a solidão humana também pode ter problemas. Cães e gatos deitam-se no divã e são atendidos por veterinários psicólogos, por sessões de uma hora, ao custo que varia entre R$ 80,00 e R$ 100,00. É um tipo de terapia familiar, mas só que com o animal e o dono. Nos Estados Unidos os cuidados são bem mais sofisticados. Um psiquiatra diz solucionar qualquer problema no cão por R$ 300,00, a hora. Se isso não funcionar, pode recorrer-se a um "pet psychic", que revela o pensamento do animalzinho por R$ 30,00.

E quem é amigo é amigo até na hora - e depois - da morte. Com essa idéia, a italiana Adriana Sandonati abriu seu primeiro cemitério de animais, 16 anos atrás, no bairro Martinez, em Buenos Aires, Argentina. Em abril de 1994, colocou em funcionamento o Cemitério Parque de Animais Jardim do Amigo, em Itapevi (SP). A área escolhida foi a Estância São Francisco, com 20 mil metros quadrados, coberta de árvores e banhada por uma cachoeira. "Não existe estabelecimento com esse tipo de qualidade no mundo", assegura.

O atendimento é 24 horas. Conta com dois veículos que podem buscar o animal falecido em qualquer parte do Estado de São Paulo. Os jazigos são alugados, mediante contratos de três a cinco anos, podendo ser renovados mediante uma taxa mínima. Com um contrato funerário de antecedência, o serviço pode ser pago em até 24 parcelas. "Quando o animal morre, só é paga a taxa de enterro, de R$ 150,00." São quatro setores: o Colinas (popular), o Palmeiras e o Pinho, mais elegantes, e o de pequenos animais.

O ambiente é cuidado por dez funcionários. No local estão enterrados desde uma capivara a seres delicados, como a tartaruga Baughoo e o canário Dunga. Nos setores mais nobres, há placas nos jazigos de cada animal. O Jardim do Amigo também possui uma área de velório e pode construir um crematório, no futuro. "Cada animal tem uma história. Ele acompanha a nossa vida e a de nossos filhos. Por isso merece ter um final decente. Não pode simplesmente ser jogado ao lixo, ou num aterro sanitário", explica Adriana.

LADO NEGRO

O mercado pet também tem seu lado negro. A cada ano o Brasil perde 12 milhões de animais silvestres no mercado negro, girando uma bolada que vai de US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão, praticamente a mesma quantia gasta na legalidade. Segundo entidades ambientalistas internacionais, o País participa com 10 a 15% da comercialização de animais silvestres, que no mundo movimenta US$ 10 bilhões anuais.

De todos os animais, 30% são destinados ao exterior. A maioria fica reclusa em criações clandestinas, com colecionadores e feiras. Ambientalistas do mundo inteiro acusam o Rio de Janeiro de ser a "capital internacional do tráfico de animais". Só naquele estado existem mais de 100 feiras distribuídas em diversos municípios. A maior delas, em Duque de Caxias, é famosa no exterior.

O contato com os clientes, geralmente, é feito por um menor. As encomendas são feitas com caçadores, que percorrem as matas em busca das espécies. Infelizmente, 90% dos animais caçados morrem durante o caminho ao mercado. Os que vão para o exterior ganham documentação falsa. Ficam supervalorizados e ganham novamente outra nacionalidade. O mais vendido é o papagaio. De seu habitat ao exterior o preço sobe de US$ 50,00 a US$ 2 mil a unidade. Nos Estados Unidos e Europa, a jaguatirica chega a custar até US$ 5 mil, embora saia da Amazônia por US$ 100,00.

Um dos mais raros, o mico-leão-dourado, uma espécie em extinção, pula da cifra de US$ 250,00 a US$ 15 mil, ao ser vendido lá fora.

Estimativa média do faturamento bruto mensal de um pet shop

em %


em R$
Rações

30


6 mil
Serviços

30


6 mil
Acessórios, aditivos e medicação

40


8 mil
Total

100


20 mil

Fonte: Rede Alvorada de pet shop, fornecido por Francisco Venturi Régis

Maiores empresas do mundo de defensivos animais

Empresa


Total em 1997
1º Merial US$ 1,48 bilhões
2º Pfizer US$ 1,3 bilhões
3º Bayer US$ 900 milhões
4º Fort Dodge US$ 750 milhões
5º Basf US$ 685 milhões
6º Schering-Plough US$ 655 milhões
7º Novartis US$ 645 milhões
8º Elanco US$ 580 milhões
9º Hoecht US$ 497 milhões
10º Pharmacia & Upjohn US$ 421 milhões

Fonte: Vivash-Jones International

Segmento de consumo de Rações em 1997

Por setor


em %
Avicultura

56
Suínos

31
Bovinos

6
Outros

3,8
Pet Food

2
Eqüinos

1
Peixes

0,2

Fonte: Sindirações e Anfar

Produção Nacional de Rações (Em milhões de toneladas por espécie)

1996


1997


1998*
Avicultura

15.252


16.340


17.288
Corte

12.622


13.889


14.713
Postura

2.630


2.452


2.575
Suínos

8.493


8.950


9.400
Bovinos

1.239


1.780


1.958
Pet Food

420


550


640
Eqüinos

222


250


260
Aqüicultura

-


60


80
Outros

386,9


745


780
Totais

26.012,9


28.676


30.406

*Previsão Fonte: Sindirações e Anfar

Maiores produtores nacionais de ração para cães

Empresa


em %
Éffem

44
Purina

21
Mogiana

10
Cargill

5

Fonte: AC Nielsen Brasil (1997)

Maiores produtores nacionais de ração para gatos

Empresa


em %
Éffem

60
Purina

26
Mogiana

7
Cargill

5

Fonte: AC Nielsen Brasil (1997)
FONTE:
Revista Cães & Gatos
Gessulli Agribusiness
Pça Sergipe, 156 – CEP 18540-000 – Porto Feliz-SP
Tel: (15) 262-3133 / 262-3919
E-mail: gessulli@gessulli.com.br

domingo, 4 de novembro de 2007

ADOÇÃO DE ANIMAIS POR EMPRESAS

Animais em empresas

BOB, O VIRA-LATA QUE VIROU MASCOTE

Quando Bob foi adotado pelos proprietários da KSR Eventos, há quase cinco anos, essa tendência de as empresas terem animais de estimação convivendo no ambiente de trabalho talvez nem existisse. Bob é um simpático vira-lata e o mais ilustre colaborador da KSR, empresa especializada infra-estrutura para eventos corporativos tais como sonorização, iluminação, videoprojeção, cenografia e geradores.

Sua história, como a da maioria dos cães sem dono, teve um início triste, repleto de privações e falta de cuidados. Vivendo pelas ruas do bairro do Ipiranga, viu sua sorte mudar quando passou a dormir na porta da empresa. A afeição pelo cão foi crescendo a cada dia, principalmente por parte dos proprietários, o casal Kátia de Souza e Edson Gonçalves, que passou a alimentá-lo, mas mantendo-o do lado de fora. Isso durou até o dia em que foi atropelado e, com um corte profundo numa das pernas, recebeu socorro médico e o direito a entrar pela porta.

Bob passou a morar dentro da KSR. A partir daí, ele deixou para trás o nome recebido nas ruas e a vida de vira-lata. Simpático e sempre aberto a amizades, conhece todo mundo. Não há um dia sequer de trabalho que não esteja na entrada, aguardando a chegada de cada de todos os que trabalham na empresa. E, no final do expediente, lá está ele de novo. Sempre com sua pontualidade britânica, pela manhã, às 10h e, no final do dia, a partir das 17h30. "Se alguém está muito triste, com algum problema pessoal, Bob percebe e dá uma atenção especial, inclusive, direito a beijos, lambidas... Entre mais de 70 pessoas circulando diariamente na casa, ele sabe quem não é da empresa e late com veemência. Quando algum funcionário volta de férias, Bob pula freneticamente na pessoa, demonstrando alegria por ela ter voltado depois de tanto tempo", conta Katia.

Em quase todas as reuniões de trabalho e treinamento, o mascote da KSR não sai de perto, normalmente escolhe o centro da sala, onde pode ver e todos, propiciando um clima mais descontraído e afetuoso na empresa. Acariciar um animal de forma descontraída desenvolve a afetividade, relaxa e diverte. E o Bob não dispensa uma mesa de trabalho. Isso com certeza proporciona um clima diferenciado na KSR.

Na convivência de Bob com os colaboradores e a movimentada rotina da KSR somam-se histórias engraçadas e comoventes. Numa delas, mostrou sua valentia e impôs sua presença como guardião do local ao perceber, no meio da noite, que ladrões tentavam invadir o prédio: começou a latir e alertou os pedreiros que dormiam no local a tempo de evitar o pior.


Em uma outra situação, ao acompanhar uma das funcionárias ao ponto de ônibus, quis estender a companhia da colega de trabalho, embarcando no coletivo. O mesmo aconteceu com o motorista da empresa que, já há uma distância razoável da KSR, percebeu o amigo de patas entre a carga que levava para um evento. Não teve escolha. Foi obrigado a refazer todo o trajeto de volta à empresa.

Embora todas memoráveis, uma das histórias que Kátia de Souza mais gosta de contar sobre o cão é a de sua amizade com o presidente da Telefonica. Achando que o executivo poderia não gostar de ver Bob repetidas vezes transitando livremente pela diretoria, deu ordens para que o escondessem. Tamanha foi sua surpresa diante da pergunta do mais alto funcionário da empresa de telefonia ao chegar em sua sala para uma reunião e não encontrar o animal: "Dónde está el perro?"

Hoje, a KSR Eventos ocupa novas instalações, bem mais amplas e em novo endereço e bairro. Bob mantém sua rotina e convívio com o pessoal e o dia-a-dia da organização, mas não mora mais lá. Seu novo lar é a casa dos patrões, ou melhor, de seus donos. Chega às 9 horas com Edson, ao meio-dia vai almoçar e, às 21h, quando termina o expediente de Kátia, ele sobe até sua sala e pergunta na sua linguagem de cachorro: "Você vai demorar muito?"


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PERDI MEU CÃO O QUE FAÇO?

Perdi meu cão!!!

por Silvia Parisi

Não há medo maior para um proprietário do que a perda ou o desaparecimento de seu cão. E não é uma coisa impossível de acontecer. E agora, o que fazer?

Se o seu cão tem uma identificação, será muito mais fácil encontrá-lo. A partir do momento em que seu cachorro começa a sair na rua, ele deve estar identificado. Há vários tipos de identificação:

Plaquinhas: as convencionais plaquinhas penduradas na coleira são um método barato e eficaz. Gravando na placa o nome e o telefone do proprietário, fica bem fácil devolver um cão perdido.

Microchip: através da implantação de um pequeno microchip sob a pele do animal, o cão fica registrado em uma central que detém as informações do animal e do proprietário. É um método que permite também a identificação de cães roubados, pois não há como alterar o microchip.

Tatuagem: usada por canis para identificar ninhadas e também para registro de animais.

O que fazer se você achou um cão perdido?
Quando o animal não tem identificação fica mais difícil, e às vezes impossível, o seu retorno para casa. Quem acha um cão perdido deve comunicar às clínicas veterinárias e pet shops das imediações, pois o cão provavelmente será cliente de uma delas. Anuncie na seção 'achados e perdidos' de sites sobre animais (clique aqui).

O que fazer se você perdeu o seu animal?
O proprietário deve procurar no Serviço de Zoonoses da sua cidade (carrocinha) imediatamente. Mesmo que o cão não esteja lá, comunique as características do animal e deixe um telefone para contato. Cães resgatados das ruas tem um prazo de 3 a 5 dias para serem localizados pelos donos. Do contrário, irão para doação ou serão sacrificados!

Contacte todas as clínicas veterinárias e pet shops do bairro e redondezas. Quem acha um cão perdido normalmente se dirige a um desses lugares para deixar o animal, obter informações ou tratá-lo, em caso de acidentes (atropelamentos, p.ex.). Faixas, cartazes em locais públicos como bares, supermercados e bancas de jornal, são um bom caminho para que a pessoa que achou o cão possa saber como devolvê-lo. Anuncie na seção 'achados e perdidos' de sites sobre animais (clique aqui).

Mantenha seu cão sempre com uma identificação!

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OS CÃES ABAIXO DE ZERO GRAU

Vivendo na temperatura mínima

Em alguns países, o dia-a-dia dos cães pode ser bem diferente, principalmente em regiões onde o inverno é longo e rigoroso e os animais têm que enfrentar temperaturas abaixo de 0o.C. Como será que eles vivem?

por Andrea Spina Borlenghi (Minnesota - USA)

Chegamos em Minnesota há seis meses. Uma mudança para outro país nunca é fácil - ainda mais quando se tem alguns bichinhos de estimação. Tiny e a Tuly são duas Mini Pinschers que fazem parte da nossa família há pouco mais de dois anos.

A adaptação à nova vida foi difícil principalmente por causa do clima. Chegamos à temperatura de -26ºC !! A sensação é difícil de traduzir. Até os nativos não se acostumam a temperaturas tão baixas.

Quando chegamos, o outono pintava o cenário por aqui, mas a grama continuava verde. Tiny e Tuly perceberam uma enorme diferença: apesar dos grandes gramados, correr livre é coisa para "pets" de outro país. Aqui, para andar em qualquer lugar, só com guia - e as guias ainda tem medida certa!

A neve começou a descolorir a paisagem no final de novembro. O frio ainda era ameno, então, Tiny e Tuly iam conosco onde quer que fossemos. Elas podem até parecer normais aí no Brasil, mas aqui, em terras nórdicas, o minúsculo corpo das duas quase desaparece diante dos menores cães. Assim que percebiam que não se tratava de filhotes, as pessoas esqueciam as maneiras reservadas e vinham beijar, abraçar e conversar elas.


Botinhas de inverno

Casaco de pele

Com a chegada do frio intenso, era hora de fazer um guarda roupa de inverno para Tiny e Tuly! Em nossos passeios pelos pet shops vimos muitas novidades. Além dos casacos, jaquetas, sueteres e demais roupas de inverno, outros equipamentos chamavam a atenção: botas para andar na neve para evitar que as patas dos cães se queimem com o sal (espalhado pelas ruas e calçadas para derreter a neve), camas e acolchoados especiais para o inverno - alguns são elétricos, shampoos, condicionadores e loções para pele seca (podem ser usados o ano inteiro, mas é uma necessidade no inverno) e até rações com alto índice de caloria para os mais ativos enfrentarem as baixas temperaturas.

O rapidíssimo caminho do carro até as lojas, pet shops e outros recintos fechados foi se tornando cada vez menor à medida em que a temperatura caía. E as duas cadelinhas nem se lembravam mais o que era calçada. Tudo o que viam (mas não tocavam) era aquele "marshmalow" espalhado pelas ruas.

Com a temperatura caindo cada vez mais, as saídas de casa foram ficando cada vez mais raras. E a porta de vidro da sala foi se tornando o lugar preferido da Tiny e da Tuly. Através dela, as cadelinhas podiam ver os corajosos esquilos que ainda se arriscavam a pular daqui pra lá e a correr no que ainda restava do gramado. Os esquilos foram sumindo, o gramado, desaparecendo gradativamente.


Newfoundland

Num passeio que fizemos a um lago gigantesco, o Minnesota Lake, conhecemos raças interessantes, como Great Pyranese, Newfoundland e Bernese Mountain Dog, pouco conhecidas no Brasil, mas comuns por aqui. As três são muito parecidas, enormes, peludas e lindas. O Great Pyranese é todo branco, o Newfoundland é todo preto (ou branco e preto) e o Bernese, um pouco menor, é branco, preto e marrom. A pelagem abundante confere a esses cães resistência para enfrentarem as ruas nos dias mais frios.

Um dia, ao acordarmos, vimos uma coisa muito bonita e diferente: a neve se acumulou e cobriu todas as superfícies, planas ou não. Apesar de linda, a neve congelou nossa vontade de sair de casa. Nem a Tiny e a Tuly tinham coragem de chegar perto da porta da rua, quando esta era aberta. O jeito, foi gastar a energia de nós todos dentro dos pet shops. Lá, pelo menos, as cadelinhas podiam andar à vontade (guiadas pelas coleiras) e chamar a atenção de quem quisessem. E assim foi durante cinco longos meses de temperatura abaixo de zero...

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COMO VIVEM OS CÃES NA SUÍÇA

Como vivem os cães na Suíça...

por Patricia Uellendahl (Zurich)

Os cães aqui na Suíça têm uma vida bem diferente dos cães no Brasil. Aqui não existe vira-lata passeando pelas ruas. Todos os proprietários de cães devem registrá-los (acima de 6 meses de idade) e pagar uma taxa de Sfr. 100 (francos suíços) por ano (mais ou menos R$ 140,00). Essa taxa é chamada de "Hundesteuer", "Imposto de cão".

Todos os cães recebem um número de registro gravado em uma medalha. Isso ajuda a localizá-los no caso de perda. O registro dos cães é feito na polícia local que localiza o dono do animal perdido através do cadastro. Periodicamente, a polícia oferece aos proprietários de cães, cursos como cuidados, treinamento, etc..

Na Alemanha, há um programa na tevê, duas vezes por mês, que mostra todos os cães recolhidos nas ruas, para quem quiser adotá-los.

O preço para a compra de um cãozinho varia de Sfr 100 a Sfr 2000. O custo mensal para a manutenção de um cão médio aqui na Suíça é cerca de Sfr 30.00 a Sfr 40.00. A vacinação é obrigatória e custa entre Sfr 20.00 e Sfr 30.00. Uma visita ao veterinário pode custar Sfr 60.00 por consulta.

Conseguir um apartamento que permita cães não é nada fácil, pois a maioria dos proprietários não aceita animais de estimação em suas residências. Normalmente, os contratos de aluguel mencionam se os cães são permitidos ou não. Durante viagens, há vários lugares onde você pode deixar seu animalzinho de estimação. Aqui há vários pet-hotels e a diária custa em torno de Sfr 20,00 e Sfr 30.00 (sem alimentação). Eu, particularmente, conheço um casal que deixa seu cão nos Alpes. Nesse hotel onde a cadela passa as "férias", há um pequeno rio e no inverno ela brinca na neve.

Aqui na Suíça, cães são permitidos em praticamente todos os lugares: aeroportos, restaurantes, bares, trens, ônibus. Nos trens, ônibus e bondes há bilhetes para cães, que pagam meia tarifa. Há até um cartão de descontos para cães (igual ao cartão de descontos para as pessoas) chamado Hundeabonament. Esse cartão permite que o cão pague meia tarifa em todos os meios de transporte.

Os cães aqui são tratados como animais e não como seres humanos. Eles não usam de maneira alguma roupinhas, sapatinhos, chapeuzinhos, lacinhos. Mesmo em dias de chuva forte, neve ou temperaturas abaixo de zero os donos não colocam roupas em seus cães. Quando mencionei que colocava roupa no meu cão no Brasil, as pessoas acharam um absurdo!


Apenzeler Sennenhund

Berne Sennenhund

As raças mais comuns na Suíça são os Sennenhund, cães típicos do cantão de Berna e Apenzeler. Sennenhund significa em inglês: dog of the alpine pastures (ou cão dos pastos alpinos).

Os São Bernados não são tão comuns como pensamos. Apesar de serem o símbolo dos Alpes Suíços, poucas pessoas possuem esse cão, pois eles são caros e necessitam de espaço. Outras raças bastante comuns são: Labrador, Golden Retriever e o West Highland White Terrier.

O mais interessante por aqui é que em todos os parques e áreas verdes existem "lixos" chamado Robidog. São caixas metálicas como lixos, com sacos plásticos para que os proprietários apanhem a caca de seus cães.

Uma outra curiosidade: aqui em Zurich há vários bebedouros em diferentes formas e a maioria deles tem uma parte baixa para os cães.

COMO VIVEM OS CÃES NO JAPÃO

Como vivem os cães no Japão?

por Mary Ferreira Viana (Takefi-shi, litoral do Japão)

Os cães são muito populares no Japão. A grande maioria é de raças de companhia, raramente encontram-se cães de guarda. Certamente, a raça mais popular é o shitzu, originária daquele país. Outras raças como golden retriever, dachshund, poodle, cocker, husky siberiano, dálmata e são bernardo, também são populares.

O shiba ken é uma raça muito comum. Ele se assemelha ao akita, porém é menor, late pouco e, portanto, bastante popular entre os japoneses. Ele resiste bem ao frio rigoroso.

Não é permitido ter cães em apartamentos. No máximo, moradores do andar térreo podem tentar um acordo para permanência dos cães, se estes forem pequenos e calmos. As multas para quem infringir as leis são bem altas.

Existe um controle de natalidade bem rígido, assim, dificilmente vê-se cães de rua. A carrocinha existe, mas é acionada raramente. Os donos de cães tem que registrar seus animais na prefeitura e seguir as orientações dadas por ela. A coleta das fezes nas ruas é obrigatória. Os cães tem acesso restrito a lugares públicos, mas podem ir a praia uma vez que os donos tem por hábito e dever, recolher as fezes dos cães.

O inverno é muito rigoroso no Japão e os cães precisam de um verdadeiro arsenal para enfrentar as baixas temperaturas. Em compensação, grandes infestações por pulgas não são comuns, pois há apenas 3 meses quentes no ano.

Manter um cão de porte pequeno que exija tosa e banho no pet shop custa em torno de $100,00 mensais (incluindo alimentação). Isso sem contar com o veterinário quando for preciso. Uma consulta custa $20 e a vacinação completa $56.

sábado, 3 de novembro de 2007

CÃO DOMINIO

CÃOdomínio
por Mônica Grimaldi

Atualmente observamos um fenômeno em nossa sociedade, o crescimento vertical das cidades. E sempre nos deparamos com problemas de animais em apartamentos. Possuir um cão, gato ou qualquer outro animal de estimação é um direito de propriedade amparado pela constituição Federal no seu artigo 5o. Portanto, ter um animal de estimação dentro de casa é um direito sagrado de todo indivíduo detentor de cidadania.

Porém, para se viver em coletividade, devemos ter normas de bom senso e para se viver num condomínio, devemos seguir as seguintes regras:

- observar o que prevê a Assembléia de convenção do condomínio;
- sempre que levar o animal para passear, leve pelo elevador de serviço, contido em coleira e guia e, se possível, no colo;
- não deixe o animal latir continuamente após as 22:00hs, respeite o horário de silêncio;

A lei 4591 de 10 de dezembro de 1964 dispõe "cada unidade é autônoma e sujeita às limitações que impõe" - o artigo 19 complementa que "cada condômino tem o direito de usar e usufruir com exclusividade de sua unidade autônoma segundo suas conveniências e interesses, condicionais às normas de boa vizinhança"

Se houver ameaça de retirada do animal, procure um advogado para orientá-lo. Cada caso é um caso e deve ser analisado. Só não devemos esquecer que a Constituição nos ampara quanto a possuirmos um animal de estimação. Porém, para se ter um animal que não seja um laço de discórdia, mas sim um elo de amizade, respeite as normas de boa vizinhança.

Vida de cão...
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MODELO DE CONTRATO DE ACASALAMENTO

Contrato de Acasalamento

Quando os donos de cães conseguem um parceiro para seus animais, todos ficam eufóricos. E dessa união nasce uma linda ninhada. Todos felizes... Mas chega o momento da divisão dos filhotes.... Aí, toda aquela felicidade e ambiente "familiar" pode virar uma guerra. O dono do macho quer a fêmea dourada, única da ninhada. O dono da fêmea se recusa a dar, pois essa cadelinha já está prometida para a sobrinha, que adora cachorros... E agora, como resolver?

Antes de acasalar seu cão, é aconselhavel fazer um contrato com o dono do outro animal. Isso garantirá o cumprimento dos deveres e direitos tratados antes do nascimento da ninhada. Clicando no link abaixo, você encontrará um modelo de contrato de acasalamento, com as regras comuns de divisão de ninhada. Mas elas podem ser mudadas, de acordo com a vontade das partes. É melhor tratar antes para não haver desentendimento depois!

SEU ANIMAL E O NOVO CÓDIGO CIVIL

Seu animal de estimação e o Novo Código Civil
por Mônica Grimaldi

Atualmente observamos um fenômeno em nossa sociedade, o crescimento vertical das cidades. E sempre nos deparamos com problemas de animais em apartamentos. Possuir um cão, gato ou qualquer outro animal de estimação é um direito de propriedade amparado pela constituição Federal no seu artigo 5o. Portanto, ter um animal de estimação dentro de casa é um direito sagrado de todo indivíduo detentor de cidadania.

Porém, para se viver em coletividade, devemos ter normas de bom senso, e para se viver num condomínio devemos seguir as seguintes regras:
- observar o que prevê a Assembléia de convenção do condomínio;
- sempre que levar o animal para passear, leve pelo elevador de serviço, se possível no colo;
- não deixar o animal latir após as 22:00hs, respeite o horário de silêncio.

A lei 4.591 de 10 de dezembro de 1964 dispõe: "cada unidade é autônoma e sujeita às limitações que impõe" - o artigo 19 complementa que "cada condômino tem o direito de usar e usufruir com exclusividade de sua unidade autônoma segundo suas conveniências e interesses, condicionais às normas de boa vizinhança".

Já o Novo Código Civil Brasileiro, Lei nº 10.406 estabelece:
Da Propriedade
Da Propriedade em Geral
Art. 1.228 - "O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.'
§ 1o "O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas
."
Do Uso Anormal da Propriedade
Art. 1.277 - "O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha."

Portanto, posso ter um animal desde que este não ofereça riscos à segurança de terceiros, não perturbe o sossego, nem suje as áreas pertinentes ao condomínio. Se isso ocorrer meu Direito de Propriedade fica ameaçado.

Dos Direitos e Deveres dos Condôminos
Art. 1.335 - "São direitos do condômino:
I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;
II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores;"
Art. 1.336 - "São deveres do condômino:
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes."
Art. 1.337 - "O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem."
Parágrafo único: "O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da Assembléia."

Se houver ameaça de retirada do animal, procure um advogado para orientá-lo. Só não devemos esquecer que a Constituição nos ampara quanto a possuirmos um animal de estimação. Porém, para se ter um animal que não seja um laço de discórdia, mas sim um elo de amizade, respeite as normas de boa vizinhança.

Comportamento anti-social.
O que diz o Novo Código Civil: Quem irá definir sobre quem mantém num condomínio um comportamento anti-social, são os próprios condôminos... e aí mora o perigo... O Legislador deu maior força ao Condomínio e o que se decide em Assembléias, portanto aconselho a quem possui animais:

1º - Bom senso, ou seja : "meu Direito termina , quando o Direito do meu vizinho começa" , posso ter um animal , desde que este, não cause perturbação de sossego, não coloque em risco a segurança de terceiros, nem suje as áreas pertinentes ao Condomínio.
2º - O Direito não socorre os que Dormem... Resumindo, participe das Assembléias de Condomínio. Como o Novo Código dá maior poder de força ao que se resolve em Assembléia de Condôminos, se você tem animais, sua versão dos fatos, lute por seus Direitos. Quem cala consente, se você não participar estará concordando com as normas impostas por omissão, por isso, seja social, exponha suas idéias e assegure seus Direitos.
3º - Não é porque você tem um animal que pode ser taxado de anti-social. Anti-social é aquele que destoa das normas de bom senso, que não respeita o direito dos outros, é aquele que abusa, que incomoda, que perturba, independentemente de possuir animal . Direito se faz com provas, você tem tantos Direitos e Deveres quanto seu vizinho, conviver em sociedade é uma arte e o maior segredo é Respeito ao semelhante.

Veja também o que diz o Código Civil quanto ao ataque de animais

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DONO DE CÃO DE GURDA

Cuidado! Perigo! Dono de cão de guarda.

Possuir um animal é uma grande responsabilidade, e sendo esse cão pertencente a uma raça de guarda, a responsabilidade aumenta. Eu sempre começo as minhas palestras com os seguintes dizeres: "não existem maus cães, existem maus donos".

Antes de adquirir um cão, procure saber a respeito da raça a qual ele pertence, como: utilidade, tamanho, temperamento, cuidados especiais, etc.. Um cão vive em média 12 anos, por isso, tenha ciência a respeito do amigo que vai conviver com você e com os seus; não procure modismos, procure um cão que se adapte ao seu tipo de vida. Tenha em mente que um cão de guarda sem controle ou treinamento equivale a um revólver na mão de um chinpanzé, irá atirar para todos os lados e as conseqüências serão desastrosas.

De acordo com o Novo Código Civil Brasileiro – Lei 10.406 de 11 de janeiro de 2002.
Art. 936. - "O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior

Indenização:
Art. 944. - "A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. "Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.

Complicações e seqüelas (se os ferimentos impossibilitarem a pessoa de voltar a trabalhar):
Lucros cessantes:
Art. 948. - "No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima."
Art. 949. - "No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido"
Art. 950. - "Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu."
Parágrafo único. "O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez."

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MITOS E VERDADES SOBRE ADESTRAMENTO

Mitos e verdades sobre o adestramento
Alexandre Rossi, que já adestrou com sua equipe milhares de cães, esclarece alguns conceitos nem sempre bem compreendidos pelos donos dos animais
Mesmo sendo bem difundido e relativamente fácil de ser encontrado, o serviço de adestramento não é usufruído por boa parcela da população que poderia se beneficiar com ele. Há também pessoas que, sem ter idéia correta sobre a função desse treino, contratam um adestrador com expectativas irreais e ficam frustradas com o resultado. Procuro esclarecer aqui alguns conceitos bastante difundidos, para melhor entendimento deste importante assunto.
Mitos
"O cão só obedece ao adestrador"Se fosse verdade que o cão só obedece a quem o treinou, como seria possível preparar cães guias de cego, já que os portadores de deficiência visual não têm como fazê-lo? É provável que o mito nasceu da frustração de donos cujos cães depois de adestrados apenas apresentam melhora de comportamento e obediência quando estão com o adestrador. Na verdade, essa diferença de atitudes acontece não exatamente por causa da pessoa do adestrador. Mas porque o cão, por ser inteligente, associa a validade de uma regra a um determinado contexto. Para ele agir do mesmo modo com seu dono e com o adestrador é preciso que ambos usem os comandos em contextos semelhantes. Sem o envolvimento com os métodos do adestrador, o dono do cão e seus familiares jamais obterão os mesmos resultados que o adestrador consegue.
"Não vou adestrá-lo pois não quero um robô!"Essa frase superestima o poder do adestramento e subestima a inteligência canina. Engana-se quem acha que o cão aprende um determinado comando e passa a obedecê-lo como uma máquina. Ele nos obedece por estar interessado em alguma troca. Seja para ganhar algo que goste ou para evitar algo que não goste. Além da troca, existe a questão da hierarquia. Um cão dominante pode oferecer resistência e não obedecer a comandos de uma pessoa, mesmo que esteja interessado na troca, por se considerar em nível hierárquico superior ao dela.
"Cães só devem ser adestrados após os seis meses de idade"Muitos acham que não podem adestrar o cão antes que ele atinja meio ano de vida. Esperam impacientemente que complete essa idade para procurarem um adestrador. Mas os cães aprendem o tempo todo, independentemente do que achamos. Por meio do adestramento ensinamos o que queremos e o que julgamos ser importante. Isso deve ser feito durante toda a vida do cão, com ou sem a supervisão de um profissional de adestramento.
"Meu cão é muito burro, não aprende nada!"Cuidado com essa frase. Provavelmente ela diz mais a respeito da sua técnica de ensino do que sobre a inteligência do seu cão! Cães aprendem com bastante facilidade, mesmo os menos inteligentes. Executar comandos básicos é algo facílimo para eles. Portanto, se o seu cão não obedece, não deve ser por burrice. Questione a sua didática e o interesse que consegue despertar no seu aluno canino com o que você oferece a ele.
"Só cães de grande porte devem ser adestrados"Cães de qualquer tamanho podem ser beneficiados pelo adestramento. Lembre-se: adestrar é educar. Cães pequenos também podem destruir objetos, atacar pessoas e não obedecer aos proprietários!
Verdades
"O cão só obedece por interesse"É isso mesmo. E não deveríamos achar ruim o cão gostar de recompensas. Quem trabalha de graça? Mesmo quando não buscamos dinheiro, queremos nos sentir recompensados de alguma maneira. O mesmo princípio é válido com os cães. Para obtermos maior influência sobre o comportamento deles devemos sempre procurar identificar quais estão sendo as trocas, mesmo que elas não sejam óbvias.
"Até os cães mais velhos podem aprender"Correto. Da mesma maneira que as pessoas mais idosas também aprendem. Alguns hábitos praticados durante toda a vida podem ser um pouco mais difíceis de modificar. Mas, na maioria das vezes, a capacidade do cão para se adaptar a novas regras é surpreendente. Não existe uma idade determinada para o cérebro bloquear novos aprendizados. Portanto, acredite no seu cão velhinho!
Depende...
"Cães não gostam de ser adestrados"Isso está muito relacionado com a técnica que o adestrador utiliza. Algumas são embasadas em recompensas e reforços positivos; outras, em punições e reforços negativos. Cães treinados com reforços positivos e recompensas gostam muito mais das aulas dos que os treinados com punições. Mas os cães ensinados com reforços negativos também podem gostar delas. Ter contato social, sair para passear, ser estimulado é tão importante para eles que os reforços negativos e as punições ficam em segundo plano.

COMO INIBIR O CÃO QUE FAZ SIMULAÇÕES SEXUAIS

Como interromper o cão que faz simulações sexuais inconvenientes
Alexandre Rossi dá dicas sobre como ensinar o cão a deixar de simular o ato sexual em situações inoportunas
Praticar movimentos pélvicos típicos do acasalamento é um comportamento natural dos cães. Tanto dos machos como das fêmeas, conforme abordado em nosso artigo anterior (Cães & Cia 321). Mas há ocasiões em que as brincadeiras sexuais caninas têm conseqüências negativas e torna-se justificável interrompê-las, apesar de a regra geral ser permitir que os cães expressem livremente a sua própria natureza.
Quando ensinarConsidera-se de bom senso intervir nos avanços do cão "tarado" quando ele causa prejuízo ao bem-estar de outro cão, de animal ou de pessoa. As situações em que isso ocorre com maior freqüência são:
O cão assedia outro até estressá-loEm um local com vários cães, um macho pode insistir em tentar copular. Geralmente escolherá uma fêmea ou um filhote como alvo. É comum o cão assediado não conseguir interromper as investidas com suas tentativas de escapar delas. Nem mesmo com ameaças ao macho "tarado" e, muitas vezes, nem mesmo mordendo-o. Resultado: o cão assediado fica incomodado, assustado e estressado.
O cão "sobe" nas pessoasA tendência canina é interagir com pessoas como se fossem cães. Mas o cão percebe a diferença entre pessoas e cães. Por isso, por meio da técnica dos reforços positivos e negativos, podemos ensiná-lo a não praticar movimentos pélvicos com seres humanos. É importante que a aplicação dos reforços negativos seja feita por quem convive com o cão, jamais por visitas. Primeiro porque cabe aos donos educar seus cães. Segundo porque a visita não sabe qual é a intensidade de estímulo negativo mais adequada para aquele cão e poderá assustá-lo ao exagerar na dose, além de correr o risco de ser atacada se o cão for agressivo e dominante.
O cão quer extravasar ansiedade ou chamar a atenção Devemos impedir que o cão descarregue a ansiedade por meio de cópula, seja com objetos, seja com outros cães. Esse tipo de situação pode ocorrer, por exemplo, quando o proprietário dá atenção a outros cães da casa, ao ser recepcionado por eles. Interromper o assédio do cão ansioso com reforços negativos proporcionará maior bem-estar aos demais cães. Convém também ajudar o cão ansioso, ensinando-lhe outro modo de extravasar a ansiedade. Por exemplo, pode-se dar a ele uma bolinha de tênis para morder.
Não impedir as manifestações dos filhotesAo subir em um irmão de ninhada, o filhote em fase de amamentação faz uma brincadeira esperada para o correto desenvolvimento dele. Esse comportamento não deverá, portanto, ser repreendido.
Reforços negativosPara interromper a simulação do ato sexual, um reforço negativo ideal é borrifar água com produto amargo não tóxico (como o "bitter apple", vendido em pet shops) na boca do cão. Pode-se também borrifar água pura.
Se o cão não for agressivo com pessoas, o ideal é olhar diretamente para ele e reforçar o borrifo com um "não" enfático, em tom de bronca. No caso de o cão ser agressivo, é melhor nos limitarmos a borrifá-lo sem qualquer agressividade, sem nem mesmo dizer "não", para não motivá-lo a atacar.
Não corra atrás do cão que se afasta quando você quer borrifá-lo. A perseguição poderá ser vista como recompensa se ele se divertir fugindo. O melhor é observar em quais situações o cão tende a praticar o comportamento que queremos corrigir. Sempre que a repetição for previsível, devemos nos antecipar colocando-o na guia. Assim, se ele fizer o que não deve, não poderá fugir no momento da correção. Normalmente, após alguns reforços negativos feitos desse modo, o cão passa a não fugir mais, mesmo se estiver sem guia.
Reforços positivosAtenção e biscoitos caninos podem ser dados como prêmio sempre que o cão deixar de copular com indivíduos ou objetos proibidos. Outro uso para os biscoitos é alterar o foco de atenção do cão. Se ele souber que ganhará um biscoito quando o dono chegar, por exemplo, vai se concentrar na embalagem de petiscos e na mão do proprietário em vez de dar preferência para montar nos outros cães.

COLEIRAS DE CHOQUE

Coleiras de choquePoucas ferramentas de adestramento são mais polêmicas do que as coleiras de choque. Neste artigo Rossi discute seu uso.
“Utilizar coleira de choque num animal é coisa para torturador...” É isso que muita gente pensa. Já houve usuários de tais equipamentos que ficaram conhecidos no bairro por “eletrocutar” seus cães. Diante de pressões desse tipo, parte das pessoas desiste de adotar coleiras de choque para educar os cães. Outra parte as usa apesar da imagem extremamente negativa. Muitos, ainda, gostariam de saber mais a respeito. Por isso, procuro esclarecer aqui as vantagens e desvantagens da coleira de choque e quais cuidados devem ser tomados em seu uso.
Nomenclatura e tamanhos
Várias empresas se especializam em produzir coleiras de choque. Atualmente são lançados dezenas de modelos desse acessório por ano. Na tentativa de atenuar a imagem negativa da coleira, os fabricantes procuram não chamá-la de coleira de choque, como é conhecida, e sim de coleira eletrônica, coleira de eletricidade estática, coleira de estímulo elétrico, etc. Diminuir o tamanho da coleira para ela ficar menos óbvia e chamar menos a atenção de outras pessoas é mais uma estratégia que começou a ser adotada, segundo Doug Grindstaff, responsável pelo marketing da maior empresa de coleiras eletrônicas.
O choque
Existem vários tipos de choque, desde os mais fracos que somente causam uma sensação estranha, um desconforto, até os que causam dor. São punições que funcionam quando aplicadas em cães. Existem vários fatores que regulam a “intensidade” e a periculosidade do choque. A solução caseira de conectar a fiação diretamente na tomada, sem ter conhecimento sobre eletricidade, pode produzir choque capaz até de matar. Já quando o choque é gerado por eletricidade estática, costuma ter voltagem alta e pouquíssima corrente elétrica, o que evita qualquer perigo. É o que acontece com as coleiras eletrônicas. São totalmente seguras, apesar de terem voltagem alta, porque usam corrente baixíssima. Modelos modernos permitem regulagens que aumentam e diminuem a intensidade dos choques. O menor nível é difícil de ser percebido, tanto por cães quanto humanos (é, eu testei em mim!). Já o nível maior causa um mal-estar terrível, apesar de também não haver perigo físico. Experimentei-o, dei um berro, um pulo para trás e não quis repetir a experiência!
Punição poderosa
Várias características tornam a coleira de choque uma “punição ideal”. Tanto por ser regulável, permitindo ajustar o choque de acordo com a sensibilidade do animal, como por poder puni-lo sem ser visto (coleira de controle remoto) e até sem estar presente (coleira antilatido). Quando a punição é dada no exato momento em que o cão pratica a ação indesejada, ele associa mais facilmente o mau comportamento a algo desagradável.
Ter critério
Punições aplicadas sem critério, por pessoas sádicas ou sem noção de psicologia ou de comportamento animal, podem provocar danos psicológicos irreparáveis nos animais, entre eles traumas e comportamentos compulsivos. Tudo isso com um simples aperto de botão de controle remoto!
Respeitar o animal
As coleiras de choque costumam ser tão eficientes que alguns proprietários as adotam para restringir diversos comportamentos do cão, sem se preocupar com as necessidades dele. Por exemplo, o cão que, por latir, conseguia atenção ou acesso à casa pode ficar esquecido no canil depois de uma coleira de choque ser posta nele.
Também há pessoas que, pela praticidade desse tipo de coleira, passam a adotá-la para tudo que desejam coibir o animal, optando por punir em situações em que seria possível ensiná-lo com recompensas e elogios. Na minha opinião, devemos procurar educar nossos animais com o máximo de reforços positivos e recompensas. Com o uso dessa técnica, os cães sentem mais prazer em obedecer. E os donos, por sua vez, treinam a si próprios para perceber melhor quando seus cães se comportam bem. Podem, assim, recompensá-los com mais eficiência. Ótimo para quem, além de querer ter um cão melhor, deseja também se tornar uma pessoa melhor!

Saber usar
Existem diversas “ferramentas” que podem nos ajudar a educar e a ensinar nossos cães. Na maioria das vezes, não é a ferramenta que é boa ou cruel e sim o modo de usá-la. Se uma coleira, por exemplo, pode servir para impedir o cachorro de sair de perto de você durante um passeio, pode também ser usada para enforcar o cão que fez algo indesejado, levando-o até mesmo a desmaiar, prática comum entre alguns grupos de esquimós.

O QUE MOLDA O COMPORTAMENTO DOS CÃES?

O que molda o comportamento dos cães
Diversos fatores podem influenciar o modo como um cão age. Saiba quais são
Raça ou criação?A pergunta que mais ouço é: o que determina o comportamento de um cão? A raça ou o modo de criá-lo? A resposta quase sempre frustra porque não é simples. As pessoas gostariam que ela fosse simples e, de preferência, que confirmasse o que pensam. Mas a tentativa de simplificá-la demais pode resultar em preconceitos relacionados com o comportamento das pessoas ou das raças de cães.
TemperamentoPodemos dizer que o temperamento reflete a maneira como o cão sente as coisas. Reações como medo, curiosidade e agressividade diante de um estranho são influenciadas pelo temperamento. Um cão medroso, por exemplo, tenderá a se encolher diante de situações novas ou que considere perigosas. A partir de uma pequena diferença de temperamento, podem ser desenvolvidos comportamentos completamente distintos. Entre dois cães que têm medo de outros cães, um poderá ficar mais medroso se nunca interagir com exemplares da espécie e o outro poderá, aos poucos, perder a fobia caso passe por experiências positivas. Da mesma forma, se dois cães ficarem atrás de um portão em ocasiões diferentes, o mais agressivo poderá se sentir provocado pelos passantes que se assustam ao vê-lo, enquanto o mais dócil poderá receber carinho dessas pessoas. Com o tempo, as diferenças entre os dois ficarão mais evidentes. Um se tornará bem agressivo e o outro, bastante dócil.
Tipos de temperamentoO maior estudo que conheço sobre a classificação de cães por tipos de temperamento levou em consideração mais de 15.000 exemplares. Foram determinadas as seguintes classes: brincalhões, curiosos ou medrosos, interessados em perseguir coisas, sociáveis e agressivos. De acordo com as classes de temperamento nas quais um cão se enquadra, é possível saber como ele se comportará diante de estímulos. Por exemplo, um cão brincalhão e medroso brincará quando estiver em lugar conhecido, mas ficará acuado em ambiente desconhecido.
Efeitos da raçaNa média, cães de raças diferentes podem ter comportamentos distintos. Muitos mais Labradores correm atrás de bolinhas do que Akitas. Por quê? Porque, na média, correr atrás de objetos é mais típico do temperamento dos Labradores. Goldens Retrievers costumam ser mais sociáveis com estranhos do que Rottweilers. Portanto, a raça à qual o cão pertence pode ter, sim, influência no comportamento. Mas há muitas exceções. Sempre que definimos o temperamento de uma raça, devemos ter em mente que é na média. Em nenhuma raça todos os indivíduos têm o mesmo temperamento. Rottweilers mansos e Goldens Retrievers agressivos não são tão raros quanto se costuma imaginar.
Educação e ambienteNão devemos subestimar o poder do ambiente sobre o comportamento dos animais. Um cão pode aprender a controlar o temperamento agressivo ao receber educação. O exemplar de temperamento medroso pode deixar de temer gente se tiver contato com muitas pessoas de maneira correta e se as associar a coisas boas. É possível mudar com facilidade alguns comportamentos pela educação, mas outros são dificílimos de alterar. Transformar em corajoso um cão com temperamento medroso, quando possível, exige muito trabalho. Quanto antes se percebe como é o temperamento de um cão, tanto maiores as chances de controlar sua influência sobre o comportamento dele. Essa avaliação, em conjunto com a adoção de um programa específico de adestramento, pode ajudar a evitar problemas futuros para o cão e para a família.
Função originalParece óbvio que cães de guarda sejam mais agressivos e que cães de caça gostem de perseguir coisas, por exemplo. Mas, por mais estranho que possa parecer, não é o que demonstram os estudos recentes sobre comportamento. Ou seja, dizer que uma raça tem este ou aquele temperamento por causa do grupo em que está inserida -- guarda, caça, etc. --, já era! A explicação mais plausível é que, nas últimas décadas, a seleção artificial feita pelo ser humano modificou muitas aptidões originais de raças. Como exemplo, podemos citar Dobermanns guias de cego nos Estados Unidos, função na qual o cão não pode demonstrar nenhuma agressividade, apesar de o Dobermann ter sido desenvolvido inicialmente para atuar na guarda.

TREINAMENTO ANTI ENVENENAMENTO

Treino antienvenenamento
No artigo anterior, expliquei os perigos do uso de corrente elétrica para ensinar o cão a não pegar carne envenenada. Agora, mostrarei que esse treino não deve ser feito com qualquer cão e muito menos por pessoa não especializada no assunto
Algumas soluções caseiras para ensinar o cão a não pegar carne no chão, amplamente divulgadas, podem machucá-lo e até matá-lo. Esse treino, portanto, deve ficar restrito a profissionais com conhecimento sobre fisiologia canina e corrente elétrica.
Quais cães submeter ao treino?Por ser um treino arriscado, que só deve ser feito por pessoas especializadas, convém aplicá-lo apenas em cão que realmente corra perigo. Mesmo assim, é preciso certificar-se de que o curso seja dado de maneira segura, sem perigo de provocar traumas nem de machucar o cão. O que atrai envenenadoresÉ importante entender os motivos que podem levar alguém a querer envenenar um cão. Ladrões envenenam cães para evitar latidos e mordidas e, assim, facilitar a invasão de residências. Vizinhos o fazem por se irritarem com latidos excessivos. Transeuntes podem querer se vingar do cão que late para eles e quer atacá-los, mesmo que esteja por trás de uma grade. Afastar mal-intencionados Dificulte ao máximo a invasão da sua casa aumentando a proteção dela com outros recursos, além da presença do cão. Quanto maior a dificuldade para invadi-la, tanto menor o interesse dos ladrões pela casa e menor o risco de quererem envenenar o cão.Evite também que o cão seja um distúrbio para a vizinhança. Ensine-o a não latir compulsivamente. Crie maneiras de não fazer os pedestres se sentirem ameaçados ou assustados.Mais uma iniciativa é pôr uma câmera filmadora, ou uma imitação, direcionada para o portão, para que as pessoas mal-intencionadas se sintam vigiadas.
Usar equipamento específicoA função do equipamento específico é modificar a corrente elétrica da tomada ou de uma bateria, para que a intensidade do choque elétrico cause apenas desconforto suficiente para o cão desistir de tentar comer a carne. Assim, ele não ficará em perigo nem traumatizado ao abocanhar a carne “envenenada”. Para evitar acidente ou trauma, convém que o equipamento tenha aprovação de uma empresa idônea para esse fim, ou que seja adaptado por especialistas no assunto. O choque mais seguro é o de baixa amperagem, mesmo que a voltagem seja alta. O equipamento específico costuma ter transformador e um mecanismo para produzir corrente pulsante, de tipo semelhante ao das cercas elétricas. Atenção: o choque de uma cerca elétrica costuma ser muito mais forte do que o recomendado para esse treino. E o choque que o cão leva quando agarra a carne com a boca molhada é bem mais forte do que quando o fio elétrico tem contato com a pele ou pêlo!
Não engolir o fioSe o cão não se sentir incomodado pelo choque, vai querer engolir a carne. O problema é a presença do fio elétrico nela, que poderá ser engolido junto. Tentar tirar a carne da boca do cão é capaz de incentivá-lo a engoli-la ainda mais rapidamente. Para evitar isso, deve-se amarrar a carne a algo fixo ou grande, como um pedaço de madeira. Se o cão forçar, arrebentará a carne, mas não engolirá o fio. Caso a carne esteja presa a algo metálico, como um gancho de amarrar barraca, o ideal é isolar a parte em contato com ela para não funcionar como terra, o que impediria que o choque ocorresse.
Treinar diferentes situaçõesNormalmente, o cão associa a punição recebida com o local onde ocorreu, aos cheiros e à presença de pessoas ou animais. Se ele concluir que deve comer o alimento em algumas situações e não em outras, a eficácia do treinamento diminui. Para evitar isso, é preciso fazer o treinamento em diversas partes do quintal. A carne, ou outro alimento usado, não pode ter cheiro de pessoa conhecida pelo cão (podem-se usar luvas). Esse treino também deve ser feito sem haver gente no quintal, para não se correr o risco de o cão entender que só é proibido comer o alimento se houver pessoas por perto.
Adoção de técnicas complementaresPara aumentar a eficácia do treino, é preciso usar um único local para a alimentação rotineira do cão. Além disso, nunca mais deverá ser jogada comida para ele no dia-a-dia. Cuidado, portanto, para que as visitas não arremessem pedaços de churrasco ao cão e para que as crianças não deixem cair comida no quintal. É importante testar periodicamente se o cão continua rejeitando comida de risco. Simula-se uma situação na qual alimento é atirado por um estranho. Se o cão comer o alimento ou se não houver certeza da rejeição, um novo treinamento deverá ser iniciado.

O QUE PODE TORNAR SEU CÃO AGRESSIVO?

O seu cão, por mais bem tratado que seja, pode ficar agressivo. Conheça as possíveis causas disso e controle melhor a situaçãoMuitas pessoas têm idéia errada sobre a agressividade canina. Acreditam que determinadas raças nunca se tornam agressivas. Ou que o cão tratado só com amor e carinho jamais morderá ou será agressivo.
Neste artigo explico como surge um comportamento agressivo, de quais tipos pode ser e por que se desenvolve. No próximo, veremos as maneiras mais eficientes de controlar esses comportamentos e evitá-los.
Raça e linhagem
Quando me pedem um comentário sobre ataques de cães, a primeira pergunta que ouço é sempre se a culpa é da raça ou da maneira como o cão foi criado. Na verdade, a resposta não é simples - um ataque pode ser determinado por vários fatores.
Para começar, não há raça canina sem indivíduos agressivos. Muitas pessoas se surpreendem quando se deparam com um Golden Retriever ou um Labrador agressivo. No imaginário delas, essas possibilidades não existem! Mas elas existem. E não são tão raras assim, como bem sabe quem trabalha com comportamento canino.
Isso não quer dizer que uma raça não seja, em média, mais agressiva ou dócil que outra. Por exemplo, Rottweilers são mais agressivos que Beagles, em média, mas há muitos Rottweilers mais dóceis do que muitos Beagles.
Outro fato são as diferentes linhagens de uma mesma raça, cujos exemplares podem ser mais mansos ou mais agressivos do que a média. Por isso, às vezes, ao querer prever o comportamento futuro do filhote, é mais importante conhecer o comportamento típico da sua linhagem do que da sua raça.
Influência da criação
O modo como lidamos com o cão influencia muito o comportamento dele. A boa educação pode controlar a tendência a uma agressividade maior e a má educação pode tornar perigoso um cão pouco agressivo. Mas é muito mais fácil e garantido educar para ser manso e confiável um cão que tem tendência a ser dócil.
Amor e carinho não bastam
Quando atendo consultas de comportamento, muitas vezes ouço gente desabafar que sempre fez tudo que o cão queria, sem nunca lhe faltar amor nem carinho, e que não entende por que agora ele ataca as pessoas da casa. Mas, para controlar a agressividade dos nossos cães e evitar acidentes, muitas vezes graves, devemos estar cientes de que a educação correta envolve muito mais do que amor e carinho.
De onde vem a agressividade
Para a maioria das espécies, a agressividade é fundamental. Fazem, por meio dela, a defesa do território, de seus parceiros sexuais, dos filhotes, da comida e até da posição hierárquica. Na grande maioria dos bichos, o comportamento agressivo é inato, pelo menos em parte, e pode aflorar somente em algumas situações ou fases da vida. É o caso dos cães machos que, na puberdade, começam a brigar com outros cães machos. E dos filhotes que se tornam agressivos ao disputarem uma teta da mãe ou ao tentarem garantir que o sono não seja perturbado pelos irmãozinhos.

Vários tipos de agressividade
Podemos dividir o comportamento agressivo em classes, para melhor entendê-lo e controlá-lo. Independentemente dos critérios adotados, mais complexos ou mais simples, em geral as classificações se assemelham.
Agressividade territorial
Normalmente, um cão fica mais agressivo no território dele, para defendê-lo. Muitos cães aceitam um outro cão quando estão em espaço neutro, mas passam a atacá-lo se ele entrar no território deles ou ameaçar entrar.
Agressividade possessiva
Manifesta-se quando alguém se aproxima de um objeto, de um animal ou de uma pessoa de quem o cão tem “ciúmes”. Ocorre, por exemplo, quando ele está com algo que considera valioso, como um osso com pedaços de carne. Acontece também quando uma visita abraça ou cumprimenta o dono do cão.
Agressividade por medo ou dor
Às vezes, para se defender, o cão acuado pode atacar o agressor. Ou, ameaçá-lo mostrando os dentes e rosnando, para evitar que chegue perto demais. Um cão com dor, por medo de que um outro bicho ou uma pessoa se aproveite dessa vulnerabilidade, tende a ser agressivo. Esse é o principal motivo que leva cães atropelados a atacar a pessoa que tenta socorrê-los.
Agressividade por dominância
Serve para mostrar quem manda. Costuma acontecer quando é questionada ou contrariada a dominância de um cão que se considera líder do grupo.

COMO ESTIMULAR SEU CÃO A COMER?

Como estimular o cão a comer
Há várias dicas para aumentar o interesse pelas refeições quando o cão reluta em comer
A maioria dos cães adora comer - parece estar sempre com fome. O estado de apetite permanente é considerado uma característica normal da espécie canina. Durante a sua evolução, nem sempre havia alimentos disponíveis. Era preciso comer cada vez que aparecia uma chance, e o cão devia estar sempre disposto a se alimentar.
Mas não é incomum ver proprietários implorar para que seus cães comam. Misturam caldos e petiscos à ração, variam nas marcas tentando encontrar algo que aguce mais o apetite e dão até comida com a mão. Curiosidade: certa vez vi um funcionário de hotel para cães dizer a dois Dogues Alemães palavras como “macarroni” e “mussarela”, com sotaque peculiar italiano. Ele me explicou que, para comerem, precisava conversar com os Dogues, conforme instruções que recebera por carta dos donos dos cães, um casal de italianos. Como os Dogues não estavam comendo, o funcionário decidiu falar com os cães na língua dos proprietários deles. Morri de dar risada!
Quando a falta de apetite não é causada por problema fisiológico nem doença, pode-se estimular os cães a comer com o uso de diversas técnicas comportamentais.
Efeito “outros cães”
Quem tem mais de um cão em casa e quer estimular o apetite deles pode colocar os pratos com alimento próximos um do outro. Como animal competitivo que o cão é, quando percebe outros cães interessados na comida dele, passa a ingeri-la para evitar que a roubem. Esse comportamento é instintivo, herdado dos ancestrais que, se não comessem ou comessem devagar, ficariam em desvantagem.
Abrir o apetite
Um pequeno mal-estar, causado talvez por uma leve gastrite, pode deixar o cão indisposto para começar a comer. Ele olha para a refeição sem ânimo ou até com sinais de não estar passando bem (virar a cabeça, contrair o abdômen). O truque é você dar a ele alguns grãozinhos de ração ou um petisco, longe do prato de comida, para ver se ele melhora e se interessa pelo prato de ração. Quando o cão é adestrado, há, ainda, a possibilidade de praticar alguns comandos com ele e recompensá-lo com um pouquinho de ração ou com petisco em cada acerto, para abrir o apetite.
Menor quantidade
Antigamente era comum alimentar os cães adultos apenas uma vez por dia. Hoje se sabe que o ideal é eles comerem pelo menos duas vezes por dia, para evitar alguns problemas de saúde como gastrite e complicações, como torção gástrica.
Há cães que sentem mais apetite numa determinada hora do dia ou que se alimentam compulsivamente em determinadas situações de estresse. Esses, com freqüência, recusam alimento durante o resto do dia. Tanto que uma parte dos cães com ração à disposição o tempo todo alimenta-se só uma vez por dia.
Quando o cão não come uma das refeições, os donos ficam aflitos e sempre compensam colocando mais ração na refeição de maior interesse dele. O problema é que o excesso de alimento numa refeição reduz o apetite na próxima. Por isso, recomenda-se fazer o oposto nesse caso: diminuir um pouco a quantidade de comida oferecida a cada vez, para o cão comer sempre com apetite.
Há cães que só se alimentam quando os proprietários chegam em casa. Nesse caso, diminui-se a quantidade de comida oferecida na refeição em que estão mais estimulados, para também comerem bem na outra.
Reforçar o ato de comer
Muitas pessoas não sabem, mas treinam seus cães para recusar alimento. Esse comportamento é reforçado quando o cão percebe que, se não comer, o dono fica e conversa mais com ele, e até lhe dá comida na boca. Se for um cão carente, o comportamento será ainda mais influenciado. O grande problema, nessa situação, é que, na ausência do dono, o cão fica sem se alimentar e pode até passar fome. E, se sofrer de ansiedade de separação, as conseqüências tenderão a ser mais evidentes. O melhor é tentar corrigir o hábito pouco a pouco, sem jamais deixar faltar comida ao cão por muito tempo. Para tanto, há um conjunto de iniciativas que podem ser adotadas: oferecer ração mais saborosa, diminuir um pouco a quantidade servida para aumentar o apetite e evitar falar com o cão se ele não estiver comendo a refeição servida. Ou, então, ignorá-lo se ele não der atenção à refeição e elogiá-lo enquanto se alimenta
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