sábado, 3 de novembro de 2007

COMO A GENÉTICA AFETA A CRIAÇÃO DE CÃES

Como a Genética afeta a Criação de Cães

Este artigo discute a genética canina e como ela influencia a criação de cães. Estas informações serão úteis para auxiliar criadores a tomarem decisões inteligentes quando forem procriar seus animais e aos Médicos Veterinários quando forem orientar seus clientes, evitando assim problemas genéticos que irão afetar gerações futuras de cães.

Por que tantas raças diferentes?

A aproximadamente 60 milhões de anos, um pequeno animal vivia em uma parte do mundo, atualmente conhecida como Ásia. Este ancestral de todos os modernos canídeos(cão, chacal, lobos e raposas) era conhecido como Miacis. O Cynodictis, o primeiro canídeo verdadeiro, veio deste pequeno animal, aparecendo há aproximadamente 30 milhões de anos. Esta linhagem dividiu-se em dois ramos, um deles na África e o outro na Eurásia. O ramo da Eurásia foi chamado de Tomarctus e é o progenitor dos lobos, cães e raposas. Há algum tempo, acreditava-se que os lobos e os chacais eram os ancestrais dos cães domésticos, mas hoje sabe-se que lobos e cães tem ancestrais comuns.

Existem várias controvérsias a respeito da domesticação dos lobos, que acredita-se tenha se dado a aproximadamente 100.000 anos atrás. Como nesta era os homens já eram caçadores, eles encontraram uma grande utilidade nestes animais para auxilia-los na caça. Somente há aproximadamente 8.000 anos, os homens mudaram seu estilo de vida, tornando-se mais sedentários e formando comunidades estáveis. Este foi o momento, onde a seleção dos cães para comportamentos e atividades específicas tomaram-se importantes e as "modernas" práticas de seleção começaram a surgir.

O conceito da "raça pura " é relativamente recente. A maioria das raças mais antigas consistia em populações locais de animais similares que eram acasalados com propósitos específicos. Embora havendo algumas exceções, criadores de cães não hesitavam em cruzar cães de um tipo, com animais recém-chegados de outras áreas com tipos físicos distintos, dando origem a animais diferentes.

Nos dias de hoje, existem centenas e centenas de raças diferentes espalhadas pelo mundo e que foram artificialmente criadas pelo homem com objetivos dos mais diversos. O mais impressionante de toda esta seleção, é que apesar das enormes diferenças fenotípicas entre algumas raças, estes animais pertencem a um único gênero e a uma única espécie.

Mutação Genética - O que é e como ela ocorre?

Evolução é, por definição, a mudança e a diversificação que ocorre entre as espécies com o passar do tempo. Assim sendo, quando não existe variabilidade genética, não pode existir evolução. A variabilidade genética é o produto da ocorrência de mutações espontâneas através do processo sexual, gerando novas combinações a cada geração.

Mutações podem ser causadas por urna variedade de mecanismos. Estes "erros" podem ocorrer espontaneamente ou são resultados da exposição a agentes mutagênicos naturais ou feitos pelo homem. Certas substâncias químicas e a exposição a certos tipos de radiação, podem causas danos ao DNA. Quando estes danos não causam a morte da célula, erros na duplicação do DNA alterado podem ocorrer, levando a uma mudança permanente na informação deste código genético (mutação).

Embora existam sistemas no corpo que previnem a ocorrências destes eventos, nenhum sistema é à prova de erros. Eventualmente pode ocorrer uma falha na replicação do DNA, e quando este fato ocorre nas células reprodutivas, a mutação pode passar para a progênie (descendentes).

Sabiamente, erros podem ocorrer em todo o caminho que leva a tradução do RNA mensageiro dentro de uma proteína especifica, mas estes erros não são considerados mutações e também não são herdados.

O que é importante lembrar, é que as mutações são eventos que ocorrem ao acaso relacionados ao potencial de adaptação das espécies. Em outras palavras, estas mutações vão ocorrer independentemente delas terem conseqüências benéficas ou desastrosas para determinada espécie. A maioria destas mutações são prejudiciais e muitas delas acabam levando a morte do indivíduo, não sendo transmitidas às futuras gerações.

Existem várias formas de mutações gênicas, cada uma delas tendo um efeito potencial. É fundamental conhecer este fato, pois muitas das doenças geneticamente transmissíveis, são resultados de uma única e especifica forma de mutação, que resulta em uma falha na reprodução do DNA, ocasionando uma alteração que será transmitida para as sucessivas gerações.


Dicas:
Antes de acasalar seu cão, tire uma chapa de displasia e certifique que esta é negativa.

Links Relacionados:
Radar Animal (site de buscas sobre animais)


Referência:
Revista News Pet e Vet, Ano 1 Nº02, Setembro 2001

Autoria do Artigo:
M.V. Isral M. Bleich, facelecido em 2001, era Coordenador da Comissão de Genética e Saúde da CBKC

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