quarta-feira, 31 de outubro de 2007

NOÇOES BÁSICAS DE ZOOLOGIA

Noções básicas de Zoologia

A Zoologia, conforme esta implícito em seu próprio nome, é a ciência que estuda os animais, pois conforme seus étimos: ZOON significa ANIMAL e LOGOS significa discurso.

A vastidão e a complexidade do seu estudo, visto que o animal pode ser encarado sob diferentes aspectos, justifica a divisão da Zoologia em diversas outras ciências.

O homem a fim de poder sistematizar qualquer estudo, primeiro tem necessidade de ordenar seus conhecimentos, agrupando o que já for conhecido por suas semelhanças, e a medida que novos conhecimentos são obtidos pela pesquisa vai incorporando-os àqueles conhecimentos anteriores segundo suas particularidades conhecidas, e com isso tendo idéia de conjunto sobre o universo que o rodeia.

A MORFOLOGIA ZOOLÓGICA estuda os animais sob o ponto de vista estático, tratando de sua forma física e sua estrutura . Pode ser dividida em outras ciências, como a Anatomia que estuda sua estrutura grosseira, a Histologia que estuda os tecidos que dão forma a essa anatomia e a Citologia que estuda em particular as células constituintes dos tecidos e suas inter-relações.

A FISIOLOGIA ZOOLÓGICA estuda os animais sob o ponto de vista dinâmico ou das suas atividades funcionais. Ao contrário da Morfologia, o estudo das atividades orgânicas não podem ser encaradas de forma fragmentária ou independente para cada parte do organismo, já que existe uma inter-relação harmônica entre as diferentes funções do organismo vivo, e a fisiologia necessita para ser compreendida de ser estudada no contexto dessas inter-relações.

A SISTEMÁTICA OU TAXIONOMIA ZOOLÓGICA estuda e ordena a unidade zoológica, grupando-as segundo suas afinidades recíprocas e as diferenças da sua organização. O cálculo das espécies já descritas apenas no reino animal vai além de um milhão, acreditando-se não ser inferior a 3 milhões as espécies de animais hoje existentes na Terra.

A EMBRIOLOGIA estuda as transformações por que passa o organismo do animal desde a formação do ovo até seu definitivo desenvolvimento.

A GENÉTICA ZOOLÓGICA estuda a herança e a variação das espécies animais. Trata da semelhança e das diferenças entre os ascendentes e os descendentes e das causas que as determinam.

A PALEOZOOLOGIA estuda os animais que deixaram de existir e que se conservam sob a forma de fósseis através de milhões de anos nas camadas do substrato geológico. É uma zoologia especializada por tratar apenas dos animais extintos.

A ECOLOGIA ZOOLÓGICA estuda as relações entre os organismos animais e o meio, assim como as relações dos seres vivos com outros seres vivos da mesma espécie ou de espécies diferentes. Foi empregado pela primeira vez por Haeckel em 1869, sendo hoje ciência em franca evolução. À relação entre os seres vivos, alguns biologistas dão o nome de ETOLOGIA.

ZOOGEOGRAFIA, também chamada COROLOGIA OU GEONEMIA, é ciência que estuda a distribuição geográfica dos animais na superfície da terra.

Muitas outras novas ciências vem sendo criadas, pormenorizando ainda mais o estudo de per si de cada faceta do organismo vivo animal.

NOÇÕES SUMÁRIAS DE SERIAÇÃO ANIMAL

Para melhor compreensão de cada faceta do organismo animal e de suas inter-relações recíprocas, foram criadas regras de hierarquia, daí nascendo a ciência que tem por nome TAXIONOMIA OU SISTEMÁTICA, que conforme já assinalei tem por escopo o estudo da classificação dos seres vivos, sendo no caso dos animais denominada de SISTEMÁTICA OU TAXIONOMIA ZOOLÓGICA.

Em Botânica também são seguidas as mesmas regras de classificação, assim como em Mineralogia, sendo que em todas essas ciências, a ESPÉCIE constitui o grupamento alimentar, a base de toda a classificação.

A ESPÉCIE ANIMAL é a reunião de indivíduos que possuem características semelhantes e que ao reproduzirem-se transmitem a sua descendência esses mesmos caracteres, dando origem assim a novos indivíduos igualmente semelhantes.

A espécie distingue-se pelos seus caracteres próprios, porém podem possuir um certo número de caracteres comuns com outros organismos que lhes são vizinhos. A reunião dessas espécies chama-se de GÊNERO. Muitos Gêneros, além dos caracteres que lhes são peculiares, apresentam, em comum com outros gêneros, certo número de caracteres também semelhantes, e a reunião desses grupos todos constituindo um conjunto mais vasto vêm se constituir no que se denomina uma FAMÍLIA. No caso da existência de famílias também com certo número de características comuns com outras famílias, sua reunião vai se constituir numa ORDEM. As diversas ORDENS do mesmo modo podem reunir-se formando uma CLASSE, estas CLASSES um RAMO, e a reunião dos diversos RAMOS um FILO (PHILO). A reunião de todos os FILOS vem então constituir o REINO ANIMAL, que os zoologistas por sua vez subdividem em dois SUB-REINOS: PROTOZOA, os animais formados por um só elemento anatômica, ou célula, e o SUB-REINO: METAZOA, cujos elementos são compostos por grande número de células constitutivas de seus diferentes tecidos.

NOMENCLATURA BINÁRIA

Foram instituídas pelos cientistas estudiosos tanto do Reino Animal quanto do Reino Vegetal, certas regras seguidas por todos os países, indiferentemente de sua própria língua, com a finalidade de tornar esses estudos compreendidos por todos independentemente de suas origens pátrias.

O naturalista LINNEU, um dos primeiros estudiosos dos seres vivos , criou e é aceita a chamada NOMENCLATURA BINÁRIA. Nessa nomenclatura, o primeiro nome, representado por um substantivo, pertence ao GÊNERO, e o segundo nome é o da ESPÉCIE, expresso sempre por um adjetivo, que o distingue das outras espécies do mesmo gênero. Esses nomes sempre escritos em LATIM, ou LATINIZADOS.

Assim, segundo essas regras e como exemplo o CÃO DOMÉSTICO, pertencente a Classe MAMMALIA, Ordem CARNÍVORA, família CANIDAE, tem seu nome científico assim:

" Canis familiaris "

A palavra Canis designa o seu GÊNERO, e familiaris designa sua espécie, distinguindo-a das várias outras espécies do mesmo GÊNERO, como "Canis vulpis", "Canis aureus", "Canis jubatus", "Canis lupus", e outros.

Devido a revisão periodicamente feita pelos especialistas em cada grupo zoológico, verifica-se muitas vezes que espécies conhecidas por determinadas designações científicas haviam sido anteriormente já descritas por outros nomes, e assim são tais nomes modificados, prevalecendo sempre o chamado PRINCÍPIO DA PRIORIDADE (Artigo 25 das Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica).

Segundo o artigo citado, o nome utilizado por quem primeiro descreveu a espécie que está sendo revista, é a que deve prevalecer, desde que tal descrição primeira tenha sido publicada e acompanhada por uma indicação ou descrição e que seu autor tenha aplicado os princípios dessa Nomenclatura Binária. Nesses casos, então que a designação científica foi ignorada ou esquecida torna-se então o novo nome válido, e o nome corrente nos melhores compêndios e tratados de Zoologia deixa de prevalecer, devendo ser substituído pela designação antiquada, que havia sido descrita anteriormente.

NOME DE FAMÍLIA E SUBFAMÍLIA.

O nome de FAMÍLIA deriva do radical do nome do seu GÊNERO tipo a que se acrescenta a terminação IDAE, e o da SUBFAMÍLIA, acrescenta-se a terminação INAE.

DESIGNAÇÃO DOS GRUPOS SUPERIORES

Não apenas os nomes de espécies, dos gêneros e das famílias devem ser escritos em Latim, mas também os nomes da ORDENS, CLASSES, RAMOS OU FILOS. Deve-se dizer então FILO OU PHILUM VERTEBRATA , CLASSE MAMMALIA, ORDEM CARNÍVORA, FAMÍLIA CANIDAE.

Mapa de Classificação Zoológica

Carmello Liberato Thadei ( Médico Veterinário - CRMV-SP-0442 )
São José do Rio Preto - SP

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